William Bonner e Renata Vasconcellos são intimados a depor no Caso Queiroz

Os apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner e Renata
Vasconcellos, foram intimados pela Polícia Civil do Rio a depor por suposto
crime de desobediência a decisão judicial com relação a publicações que envolvem
a investigação das ‘rachadinhas’ no gabinete da Alerj (Assembleia Legislativa
do RJ) de Flávio Bolsonaro, o chamado Caso Queiroz.
Procurada, a TV Globo informou que não se manifesta sobre
procedimentos legais em curso. A emissora foi proibida judicialmente de
publicar informações sigilosas sobre o caso, que envolve o senador Flávio
Bolsonaro (Republicanos-RJ), primogênito do presidente da República, Jair
Bolsonaro (sem partido), e o ex-assessor dele Fabrício Queiroz.
A defesa de Flávio entrou com notícia-crime junto à DRCI
(Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), que abriu o inquérito. Os
depoimentos foram pedidos no contexto de investigação sobre suposta
"desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de
direito".
Os mandados de intimação, feitos pelo delegado Pablo Dacosta
Sartori e obtidos pelo UOL, foram emitidos na tarde de quarta-feira, 2. De
acordo com os documentos, ambos são intimados a comparecer à sede da DRCI, no
bairro de Benfica, na zona norte do Rio, na próxima quarta-feira, 9. Ela, às
14h. Ele, às 14h30.
Ainda segundo os mandados de intimação, caso os jornalistas
deixem de comparecer sem justificativa no local, data e horário estipulados
incorrerão em "crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código
Penal".
A Globo ficou impedida em setembro de publicar reportagens que
mostrassem documentos sigilosos sobre Flávio Bolsonaro por decisão de Cristina
Feijó, juíza da 33ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, que atendeu a
pedido feito pelo senador por meio de seus advogados, Rodrigo Roca e Luciana
Pires.
Na ocasião, a Globo afirmou que a decisão judicial é um
cerceamento à liberdade de informar, uma vez que a investigação é de interesse
de toda a sociedade.
Entenda o caso
Flávio Bolsonaro é acusado pelo MP-RJ (Ministério Público do
Rio) por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa em suposto
esquema do qual faria parte seu então assessor Fabrício Queiroz, demitido em
2018 após os primeiros indícios de irregularidades no gabinete do filho do
presidente na Alerj (Assembleia Legislativa do RJ) serem revelados.
Queiroz, que foi preso em Atibaia (SP) em junho e cumpre
prisão domiciliar no Rio, é apontado como o operador de um esquema de ‘rachadinhas’
em que funcionários do então gabinete de Flávio devolviam parte de seus
salários.
Uma denúncia foi apresentada contra ambos e mais 15
investigados, entre eles ex-assessores, no Órgão Especial do Tribunal de
Justiça do Rio - se aceita, eles se tornarão réus.
O MP-RJ aponta o senador como o líder do esquema ao dizer que
ele foi beneficiado por meio de lavagem de dinheiro em negócios imobiliários e
pagamentos de boletos de despesas da família por Queiroz.
A defesa do senador disse, na ocasião em que a denúncia foi
distribuída, que o documento não tem provas e é uma "crônica
macabra". Desde que o caso veio à público, Flávio Bolsonaro nega
irregularidades.
(*) com informações do UOL.
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